22 de dezembro de 2010

BEM-VINDO 2011!

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente."
(Carlos Drummond de Andrade)

13 de dezembro de 2010

10 de dezembro de 2010

Hoje é dia de Clarice

Meu amigo Geraldo sempre chega na sala com uma novidade. Informação ou questionamento, o fato é que ele sempre espera por um embate. Hoje apareceu me perguntando sobre partidos políticos.
- Você é filiada? Já pensou em se filiar? Gosta de algum partido em especial?...
E eu, tentando terminar um release chato, fazia um certo esforço para pensar sobre o assunto antes de responder. Não deu tempo. A boca foi mais rápida do que o cérebro. Disse: "não". E ele insistiu: - Mas uma pessoa inteligente como você! Nem do exterior? Não acredito! E eu: "Acho que você superestima minha inteligência". E foi tudo o que consegui responder, pensando em mim como uma fraude... afinal, não passo de uma pessoa normal, que tem curiosidade em conhecer sobre assuntos diversos e que, por isso, virou jornalista. E acabou numa assessoria de imprensa fazendo releases chatos... Como é que eu poderia conhecer partidos da Holanda, Itália, França... mal conheço a história dos nossos. Talvez, por isso, a falta de interesse em me filiar.
Tentei deixar o assunto no ar. Meio sem resposta. Pra outro dia.
E, que bom!, no meio dessa nossa discussãozinha, apareceu um assunto mais interessante. Pelo menos para mim: Hoje era dia de Clarice. A Lispector.
Aniversário de nascimento de uma das escritoras mais criativas que eu já li (e olha que, apesar de me considerar uma fraude, já li muita coisa!!). Ontem, dia 9, foi aniversário de morte dela. Porém, prefiro comemorar a vida! Como diz no blog dela: "Clarice respira em cada um de nós, à medida que nos faz sentir"...
E é o sentir o que mais me chama atenção nas obras dela. Como alguém pode descrever sentimentos tão profundamente? Às vezes, não consigo colocar no papel coisas tão simples, de um cotidiano por vezes tão inóspito. Faltam palavras. Criatividade... E aí vem ela, com coisas assim: 'Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro'. Ou então:  'Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida'. Por isso ela é Clarice. E eu... bom, deixa pra lá... rs. Ao meu alcance, apenas a possibilidade de ajudar a espalhar um pouquinho dela por quem por aqui passar. E agradecer ao Geraldo, por fazer eu respirar um pouco mais neste dia!

Já que há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas

19 de novembro de 2010

SOMOS TODOS NORDESTINOS

Não resisti, Elton... li, gostei e copiei pra cá!


"Em reação aos comentários anti-nordestinos que ficam enchendo o nosso saco no twitter, no e-mail, na mesa do bar, recebi um e-mail que sugeria que podemos todos nos proclamar nordestinos.
É muito fácil ser um nordestino, pois cada um de nós, está sempre a nordeste de algum ponto geográfico. Somos todos nordestinos de alguma forma.
Eu, por exemplo, nasci a nordeste da praia, estudei a nordeste do centro. Amei muitas vezes a nordeste da razão. Estou a nordeste de onde vivem meus pais"

15 de novembro de 2010

Em se Plantando...

Bom, a primeira sementinha foi lançada. Feriadão regado à política e cultura. Coisa de doido mesmo. Assim começamos nossa jornada rumo à fundação do IGECE (Instituto Gramsci de Estudos de Cultura e Educação). Falamos da República de Platão (obrigada dr. Olavo Câmara pela palestra!). Falamos sobre Gramsci e o porquê da escolha de seu nome para batizar o Instituto. Falamos de política, de educação, de cidadania. Falamos das nossas necessidades. Enriquecemos nossas mentes. Conhecemos gente nova e fortalecemos amizades distanciadas pela falta de tempo. Enfim, gastamos bem nosso tempo. E ainda deu para aproveitar a praia e o Sol que decidiu aparecer nesta segundona de feriado. Feriado da Proclamação da República. Nossa meta? Fazer com que esses momentos possam se tornar mais frequentes. Abrir as portas para aqueles que desejam um pouco mais da vida. Compartilhar conhecimento. Somar forças. E quando for hora da colheita, dividir os frutos com toda a cidade. Nossa cidade. Nossa República.
Obrigada a todos!

5 de novembro de 2010

Um dia de fúria ou "só pra desabafar"

Quais os sentimentos que nos movem?
Até onde somos capazes de chegar para satisfazer nossos desejos?
Sacrificamos nosso nome, nossos sonhos, nossa vida, família, emprego, credo, nossa lucidez...
Em troca: segundos de satisfação... aquele riso de canto de boca, coração palpitando, um misto de adrenalina, prazer e medo (se é que é possível saber onde começa um e termina outro). Vingança... ou apenas a sensação de que podemos pôr o dedo na ferida alheia – ou criar a ferida alheia – e fazer a pessoa sofrer ao nosso bel prazer. Sentir o poder de comandar. Poder... o mesmo sentimento de poder que move o político corrupto, o jornalista irresponsável e tendencioso ou a faxineira que morre de inveja do contracheque alheio... nada diferente dos advogados sem escrúpulos, paladinos da justiça, que sentam no próprio rabo para apontarem no mundo as desgraças de suas próprias vidas, causadas por eles próprios... milícias, traficantes, estupradores, pedófilos... que diferença existe entre eles e nós? Serão os sentimentos que nos movem? Então responda: Até onde você é capaz de chegar para satisfazer os seus desejos?

28 de setembro de 2010

Vi um comentário sobre esse texto...

... no blog da amiga Carol Baggio. Adorei!

Os Filhos
Gibran Kahlil Gibran

"Vossos filhos não são vossos filhos,
são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor,
mas não vossos pensamentos.
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não podem fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás
e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos
são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda a sua força
para que suas flechas se projetem rápido e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
ama também o arco que permanece estável."

Minhas flechas: Sol e Gabi

27 de setembro de 2010

Cada povo tem o governante que merece!

Não é desesperador assistir ao Horário Político?
É tanta palhaçada que a gente não sabe se ri ou se chora...
Políticos de todos os níveis... de intelectuais a analfabetos... de carrancudos a palhaços (a caráter)... de artistas (O que é ARTE?) a jogadores de futebol... mulheres, homens, gays, trans... uau! Tem pra todos os gostos.
O que as pessoas não percebem, no entanto, é que o problema não está no candidato, e sim no eleitor. A maioria acha engraçado entregar seu voto pra um personagem caricato, achando que assim está protestando. Pode até ser um protesto, mas eita jeitinho burro de protestar, hein?
O voto é pessoal. Cada um de nós tem o direito de escolher. Se a maioria decidir que o Tiririca é quem vai ser nosso deputado, apesar dele mesmo nem saber o que é isso, ele é quem vai representar a TODOS (o que é uma balela, já que a maioria deles representa seus próprios interesses) e ponto final!
Quando vejo um candidatos desses sendo eleito e ouço as pessoas reclamando dos políticos, que só roubam e não fazem nada por ninguém, digo logo a quem queira ouvir: cada povo tem o governante que merece! E nem adianta ficar tiririca da vida, não. O negócio é respirar fundo e tentar sobreviver...
E lá se vão mais quatro anos...

CONTRIBUIções

A guerrilha estadista de Fidel

 (*) Léo Alves


Aos 84 anos de idade, e após dois anos de afastamento do poder efetivo no comando do governo marxista-leninista de Cuba – por causa de doenças gastrointestinais -, Fidel Castro, que chefiou a revolução comunista naquela ilha caribenha em 1959, volta à cena política. O pano de fundo é
uma longa entrevista, por ele agendada, concedida, no final de agosto, a um jornalista norte-americano, Jefrey Goldberg, da revista Atlantic Magazine. Por que a encenação?, eis a pergunta. Simploriamente deduziria-se que Fidel, ao criticar antissemitismo, ‘puxar a orelha’ de Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, e entusiasmar-se ao falar sobre sua paixão por golfinhos, “animais muito inteligentes”, reiteradamente acentuado, está gagá. Mas não está. Leitura geopolítica do texto de duas páginas do caderno Ilustríssima, do jornal Folha de S. Paulo, do dia 12 (domingo), representa hábil tática de guerrilha midiática anti-americana e anti-conservadorismo judaico.
Fidel Castro, que segundo disse “depois de tudo o que vi, sabendo o que hoje sei” – referindo-se à proposta que fizera, em 1962, para que a então União Soviética fizesse ataque nuclear contra os EUA caso este invadisse Cuba -, está, como estadista internacional, sua atuação preferencial agora, inserindo uma atadura diplomática nos ímpetos guerreiros dos judeus tradicionalistas e dos norte-americanos republicanos belicistas, para alavancar conversações apaziguadoras entre Barak Obama (EUA) e Benjamin Netanyahu (Israel) com Mahmoud Ahmadinejad (Irã), personagens de uma possível guerra nuclear. Como o próprio jornalista escreveu, “o recado (de Fidel) é simples: Israel só terá segurança se abrir mão de seu arsenal nuclear, e as demais potências nucleares do mundo também estarão seguras caso abram mão dessas armas”. Em mensagem ao Irã, Fidel rebuscou em sua “história de infância” a lembrança de que o catolicismo, na comemoração da Sexta-Feira Santa, dizia que “os judeus mataram Deus”. E acrescenta: “O governo iraniano serviria melhor à causa da paz caso reconhecesse a história única do antissemitismo e tentasse compreender por que os israelenses temem por sua existência”. Se a linha não esticar, a conversa rola, Obama se fortalece, Netanyahu não enrijece e Ahmadinejad conclui os estoques de urânio.
E, por final, a impressão que o jornalista contraiu de Fidel Castro: “O corpo dele pode estar frágil, mas a mente permanece aguda; seu nível de energia é alto e no pós-poder exibe certo senso de humor auto-irônico”. Quem assessorou o repórter foi uma renomada especialista em assuntos cubanos e latino-americanos, Julia Sweig, do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, que conhece o revolucionário há 20 anos e dele recebeu um beijo e acalorada boas-vindas. Será que Fidel Castro passou de ditador socialista para estadista ideológico?

 
(*) Léo Alves, 51, é jornalista aposentado por invalidez retinopática.

14 de setembro de 2010

Redemption Song

"Emancipate yourselves from mental slavery
None but ourselves can free our minds"

 
Adoro música. Sou do tipo de pessoa cuja vida é contada nas letras das músicas. Com direito à trilha sonora e tudo mais. Desde pequenininha ouvia os Long Plays dos meus irmãos. Achava o máximo colocar a agulhinha naquele bolachão preto e ouvir o som que saía dele... muito diferente dos MP3s e Apods atuais...
Conforme eu ia crescendo, absorvia tudo o que chegava nas minhas mãos e ouvidos. Com isso, desenvolvi a mania de ouvir de tudo... claro que, com o tempo, meu gosto foi se apurando, mas ainda hoje continua bastante eclético.


Dia desses, fuçando em alguns velhos arquivos, encontrei um artigo que escrevi sobre Bob Marley... engraçado, pois tinha acabado de voltar de viagem e no DVD do carro vim assistindo (no banco do passageiro!!) ao show feito em sua homenagem. Esse tributo é um dos álbuns que mais gosto e nunca me canso de assistir e ouvir as músicas que são, antes de tudo, hinos de liberdade e de louvor a Jah. Resolvi dividir o texto com vocês. Aí vai:



Rastaman live!
O uso de palavras de ordem e uma força espiritual incrível fizeram de um menino negro, criado em meio à miséria de Trench Town, na capital da Jamaica, um dos maiores mitos da história da música, capaz de transformar toda uma nação e chamar a atenção do mundo para as questões políticas, raciais e religiosas de seu povo. Sua principal arma? A música. O último dia 11 de maio foi marcado pelos 29 anos da morte de Robert Nesta Marley, o legendário Bob Marley. A passagem dessa data foi um motivo para que eu dedicasse minha coluna ao Rei do Reggae. Mas não foi o único. Todos os momentos de sua vida ensejam uma reflexão. Seu legado vai além do som cadenciado do Ska estilizado que ele ajudou a criar e das letras de suas músicas, tão profundas e atuais. Seu posicionamento político, sua fé inabalável nas palavras de Jah e sua vontade de mudar o status quo, em busca de liberdade, é o que mais atrai em toda a sua obra. Fora o preconceito ainda existente por causa de seus longos dreadlocks e o uso da maconha, que ele acreditava ser um canal de comunicação entre as pessoas e Jah, o legado de Marley é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores da música mundial. Ele transcendeu a imagem do “popstar”, do artista comercial ou puramente político. Seu espírito revolucionário, o qual muitas vezes fez temer os “poderosos”, era movido por sua fé e não pela ideia da tomada de poder. Seu estilo musical, único e inovador, nasceu da mistura de elementos do gospel, do blues, da música latina, do rock e tantos outros sons presentes no seu dia-dia. No entanto, mais do que a batida do reggae, foram suas ações e seu posicionamento crítico e consciente diante de seu papel no mundo que o elevaram à condição de mito. Hoje, vinte e nove anos depois de sua morte, suas músicas ainda ecoam na alma das pessoas. “Faz a cabeça” de jovens revolucionários e marcam a vida daqueles que buscam a transformação de si e do mundo. Não pela força, mas pela paz e união de todos os povos. Positive Vibration, Rastaman!

TUdOaoMEsmOTempOAGorA!

Sei que prometi me empenhar e não deixar esse blog muito tempo sem novidades... Todos nós sabemos, no entanto, que essa foi mais uma ‘promessa de campanha de ano-novo’, difícil de cumprir, principalmente se você é uma leonina maluca como eu que quer fazer ‘tudoaomesmotempoagora’, e que aparece em casa cheia de novidades que não duram uma semana, pois enjoa fácil fácil de tudo e procura outras novidades para substituir aquelas que já ficaram velhas... ‘o novo já nasceu velho’.

Mas cá estou eu, e como sempre trazendo novidades: além da minha volta à natação (já com certo tempo de atraso, pois era mais uma promessa de ano-novo!) estou às voltas com uma nova invenção: um centro de cultura para a velha Buriquioca.

Na verdade, é apenas um embrião. Após algumas conversas e troca de figurinhas com o mestre Geraldo, ele me apresentou ao ‘Instituto Gramsci de Estudos de Cultura e Educação (IGECE)’, cuja pretensão é ser um espaço democrático para discussões de vários temas, entre pessoas interessadas em enriquecer a alma (já que o bolso ta cada vez mais difícil). Nossa proposta é criar um espaço com biblioteca e computadores para pesquisas e, mensalmente, promover palestras, cursos, encontros literários entre outras atividades.

Se você ficou interessado, fique ligado. Nos próximos dias vamos falar um pouco mais sobre o IGECE, divulgando, inclusive, o dia de sua fundação e como participar... quem sabe assim podemos reunir um grupo interessante e criar um espaço para encontrar amigos e discutir temas relevantes para nossa vida em sociedade... é esperar pra ver!


Por que Gramsci?
 
- Porque Gramsci (Antonio Gramsci, pensador italiano), ideólogo dos partidos comunista e socialista italiano (PSI e PCI), escreveu toda a sua obra tendo como fio condutor as questões da cultura e da educação, e foi quem primeiro falou em construtivismo, ao pensar num modelo pedagógico do qual tentou fazer um programa para os grupos políticos dos quais participou, e que lhe criaram sérios transtornos, inclusive a prisão de 12 anos, durante o regime fascista de Mussolini, e que provou sua morte, ao deixar o cárcere.
Gramsci escreveu toda sua obra durante o período em que ficou preso. Leu muito, fez uma reflexão da sua leitura, e do seu pensar solitário surgiram obras como: “Cartas do Cárcere” e “Os Intelectuais e a Formação da Cultura”.

25 de agosto de 2010

Minha Batalha

PRA CURTIR A QUARTA-FEIRA

... Eu sou guerreiro
Sou trabalhador
E todo dia vou encarar
Com fé em Deus
E na minha batalha
Espero estar bem longe
Quando o rodo passar!
Espero estar bem longe
Quando tudo isso passar...
 
Se eles são Exu
Eu sou Iemanjá
Se eles matam o bicho
Eu tomo banho de mar
Com o corpo fechado
Ninguém vai me pegar

O Rappa

19 de agosto de 2010

Era mais um dia comum...

Fixei os olhos no fundo da sala e lá estava ela, sorrindo... Pensei: quanto vale isso? Ela abriu os bracinhos e veio correndo na minha direção... melhor abraço do mundo! Imagine essa cena se repetindo tantas e tantas vezes que você já nem se dá mais conta do quanto esse gesto é valioso... Você já não sente o calor do corpo... O coração já não palpita tanto e nem o cabelo que bate no rosto tem o mesmo perfume... Com o tempo, o especial se torna comum e o comum uma rotina, algo sem importância, mesmo sendo extremamente fundamental. Essa reflexão é só para nos fazer lembrar das pequenas coisas. Dos momentos que de tão repetidos perdem-se no poço escuro da mesmice... e que, entretanto, merecem lugar de destaque em nossas vidas. As pessoas a nossa volta. Os amigos. Nossa família. Um lugar especial que não cansamos de ver, mas que, com o tempo, deixamos de enxergar. O cheiro da infância. O adeus diário. O bom-dia de sempre... Tudo com seu devido valor.
Quando ela chegou perto e me abraçou, inspirei fundo seu perfume infantil, suave. Deixei-me abraçar. Ganhei um beijo molhado na bochecha e senti o calor do seu corpinho agarrado ao meu. Sorri e pensei comigo: melhor abraço do mundo!

16 de agosto de 2010

Moda versus Cultura
















É fato comum vermos o mundo da moda “tomar emprestadas” vestimentas de certas culturas e transformá-las em simples adereços fashions. Também é muito comum que esse tipo de ‘modismo’ produza reflexos na própria simbologia da peça, transformando-lhe o significado e ditando novos comportamentos.

O coturno é um exemplo clássico disso. Desenvolvido para soldados em atividades de combate, o calçado virou símbolo do movimento punk nos anos 70. Na época, ficou marcado como elemento de repúdio dos punks ao Exército.

Sabe-se, porém, que seu uso foi uma influência direta dos skinheads - cultura originária dos jovens ingleses da classe operária, que usavam este calçado como uniforme de trabalho.

Apesar disso, o simbolismo criado pela ‘moda punk’ foi mais convincente, e, até hoje, esse sentido antimilitar do coturno é difundido.

Atualmente, o ‘adereço’ em discussão é o keffiyeh, ou simplesmente ‘lenço palestino’. O lenço tem forte significado político e cultural. É símbolo do movimento pela libertação da Palestina. Está diretamente ligado à imagem de Yasser Arafat, um dos principais líderes do Movimento e que sempre aparecia com seu keffiyeh preto e branco cobrindo a cabeça.
O uso desse adereço, portanto, pode ser considerado pelo povo palestino como falta de respeito às suas crenças ou pelos israelenses como um ato de apoio aos palestinos.

A questão é: até onde o uso de certos ‘símbolos’ nacionais pode ser considerado apenas moda e em que momento ele passa a ser um apelo capitalista ou, pior que isso, uma maneira de se desmontar toda uma cultura, banalizando suas crenças?

Precisamos estar certos daquilo que vestimos. Nossa roupa e adereços muitas vezes demonstram o que pensamos e no que acreditamos, mesmo sem sabermos. Até mesmo na moda, existem certos limites que devem ser respeitados, principalmente quando tratamos com símbolos religiosos e nacionalistas.

Moda, antes de tudo, é atitude. E atitude exige conhecimento.


O uso do lenço pelos palestinos. Ao fundo, foto de Arafat.


Lenço Palestino com a estrela de Davi: considerado símbolo de paz entre os povos.

Quero assistir ao Sol nascer...

Acordei hoje com vontade de ouvir Cartola.
Nada como uma música boa para trazer inspiração para uma segunda-feira!

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar...

Quero assistir ao Sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...

Quero assistir ao Sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar...

13 de agosto de 2010

Veja e o jornalismo nonsense

Confesso: não morro de amores pelo Lula. Respeito sua história e admiro sua capacidade de mover as massas, mas tenho minhas restrições no que diz respeito a sua atuação como presidente. Agora o que a Revista Veja faz é um massacre. Para mim, que sou jornalista e admiro a profissão, esse tipo de perseguição é um absurdo. Chega a ser um insulto à inteligência dos leitores dessa revista que é (ou já foi) um dos mais importantes veículos de comunicação do País.

Na última edição (11 de agosto), por exemplo, foram mais de 20 páginas de matérias que envolveram, de maneira negativa, o nome de Lula ou de seus correligionários e apoiadores. Isso sem contar com a Carta ao Leitor, que é o editorial da revista. Nesta, especificamente, a revista tratou da tentativa de intervenção de Lula no caso de apedrejamento da ‘mulher’ iraniana. Apedrejamento que o presidente Lula também tem sofrido pela Revista.


Essa maneira de fazer jornalismo me incomoda. Imprensa tem que ser responsável. Liberdade de imprensa tem que ter limites, até porque hoje vivemos uma época em que qualquer um – qualquer um mesmo – pode ocupar-se do cargo de repórter.

Essa insistência em ‘queimar’ a imagem do Presidente faz com que o leitor comece a imaginar que há muito mais do que o simples interesse de informar por detrás das duras palavras usadas contra Lula. Faz com que a credibilidade da Revista seja posta em xeque.

Pior que isso. Esse jornalismo coloca em risco nossa profissão, pois atenta contra a ética e os princípios de um bom jornalismo. Aquele que acrescenta à sociedade e não que tenta manipulá-la. Junto ao descrédito da Revista Veja vem o descrédito de nossa própria profissão, que está sendo usada para fins escusos.

Ou combatemos isso de alguma forma ou acabaremos todos no mesmo saco, assim como já foi feito com os políticos.

10 de agosto de 2010

Imagenes del Peru

Bertioga recebeu, na última semana, o grupo folclórico peruano Imagenes del Peru. A ideia foi promover o intercâmbio cultural entre os integrantes da delegação e a comunidade local, o que pode ser visto nas diversas apresentações realizadas pelos artistas. Dança e música, sempre acompanhadas de muita alegria e um colorido fantástico, que sobressai aos olhos. Tudo bem característico deste país que costuma celebrar mais de 3 mil festas populares ao ano.



Fotos Favoritas

Duas fotos escolhidas como favoritas no curso de fotografia da Cris. Fiquei super feliz e foi um incentivo e tanto poder ter meus cliques escolhidos em meio de tantos outros, bem bacanas e de lentes mais experientes ...
Pena que acabou! Depois posto meu TCC...


Imagem escolhida na lição Textura.
Imagem escolhida na lição Abstrato.

12 de julho de 2010

Mega Artesanal 2010

Galerinha animada. Logo na chegada, dona Neusa já foi sorteada e
ganhou um brinde da Feira...


Dona Neusa tietou à beça ... rs ... e eu, coitada, nem sabia de quem se tratava ... rs

Animação total dessa mulherada que curte fazer artesanato. Fretamos uma van e passamos um dia muito divertido na Mega Artesanal - uma hiperfeira onde vc encontra de tudo em artesanato, desde um simples botão até maquinários ultramodernos.
Aproveitei e fiz um curso de tye-dye que há tempos tinha vontade. Gostei da experiência. Comprei os kits para tintura, que agora são à base de água fria, e estou bolando uns projetinhos para aproveitar o conhecimento adquirido.
Nosso grupo, bastante eclético, acabou se dividindo e cada uma foi atrás daquilo que lhe atraía mais. Eu e a Pitu ficamos juntas e vimos muita coisa legal. No final do dia estávamos literalmente acabadas, mas de sacolas e mentes cheias de material e ideias para nossas artes.
Na volta, fizemos um "amigo secreto" e cada uma presenteou uma colega com uma lembrancinha da feira. Ganhei uma rosa de dobradura fofíssima da Mariana. Espero que a Cida tenha gostado do alfineteiro que dei a ela.
No geral, um dia nota 10. Conheci gente muito legal. Vi coisas muito bonitas e inspiradoras. E, de quebra, fiz uma baita de uma caminhada, tipo 10km a Tribuna ... kkkk


8 de julho de 2010

Mafalda ... A-D-O-R-O! =)

"Hoje meus amigos e eu decidimos brincar de governo. Não fizemos absolutamente nada."

"O grande problema da família humana é que todos querem ser o pai."

"Mamãe disse que estamos no mundo para trabalhar, nos amar e fazer deste mundo um mundo melhor. Não sabia que ela tinha tanto senso de humor!"

"A bondade é natural no homem'... E a maldade deve ser de alguma dessas fibras artificiais que estão em moda no mundo inteiro."

"Como vamos a entender a los adultos, si cuando nosotros llegamos, ellos ya estaban todos empezados!"

7 de julho de 2010

Para você que pensa que a vírgula é só uma pausa para respiração...

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere...

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Arteira

Resolvi, depois de um longo e tenebroso inverno, postar algumas das minhas "artes". Como sempre acabo dando de presente as coisas que faço, não tem muito pra mostrar agora. Tô tentando, dentre minhas milhões de atividades, me dedicar mais ao artesanato, que é uma coisa que eu adoro demais!!
















Bruxeldas. Minhas primeiras bonecas de tecido.

14 de junho de 2010

bi e eu saímos hoje pra clicar. Vencemos o friozinho e a preguiça e ficamos procurando novos ângulos para aquilo que estamos cansadas de ver todos os dias ... foi legal! Resultado: fiz várias imagens para o meu curso de fotografia e a Gabi se revelou ótima fotógrafa.
O mais incrível disso tudo é como nossa forma de enxergar as coisas muda. Até assistindo a um show do Rappa no DVD fiquei prestando atenção nos takes e na forma como a imagem ficava estática na tela e imaginava isso tudo sendo fotografado ... genial! Quem sabe eu não fique mais criativa também pra encher esse blog de assunto ... enquanto isso, da-lhe foto...


10 de junho de 2010

Regra dos Terços

Engraçado como eu já usava isso e nem sabia que tinha um nome... Nunca gostei de fotos centralizadas. Acho sem graça, muito normal. Então, no curso da Cris, descobri que isso que eu fazia só por conta do feeling é uma técnica. Bom, afinal, não era loucura minha ... rs.

27 de maio de 2010

Curso de Fotografia

Comecei hoje o curso de Criatividade em Fotografia, da Cris Pansiera. Estou super animada! Espero conseguir acompanhar os trabalhos. A fotografia tem feito parte da minha vida desde antes da faculdade, mas eu nunca dei muita importância pra ela. No dia-dia ligo o automático e faço o que tem que ser feito. Quero mudar isso! Quero sentir a essência da fotografia, captar a alma o objeto ou da pessoa fotografada ... Espero aprender um pouquinho neste curso! Um motivo a mais para começar a postar com mais frequência, certo?
Até o próximo, então.

25 de maio de 2010

Só na promessa...


Escrever com mais frequencia ficou só na promessa. Meu último post foi em fevereiro! Caramba! Nesse meio-tempo muita coisa aconteceu. Solzinha fez um ano e já começou a andar. Gabi cada vez mais moça, me surpreendeu ao escrever uma peça para a escola. Eu na lida, com outros tantos projetos além dos de início de ano, rs... agora é a vez da fotografia. Quem sabe o blog fique mais recheado quando eu começar a clicar. Vamos ver...

25 de fevereiro de 2010

Vinte...

Vinte dias que não escrevo. Estou sentindo que não vai ser fácil manter este blog atualizado. E olha que aconteceram coisas legais, sobre as quais eu gostaria muito de escrever. Conheci um lugar fantástico para almoçar uma comidinha natureba - A Dona Abobrinha. Fui no show do Natiruts. A Sol começou a engatinhar e está 'explorando' a casa inteira!. Voltei às aulas de patch e ioga. Pois é. Parece que listando todos esses assuntos, enfim descobri o porquê da falta de tempo de escrever... Promessa para o próximo post: falar um pouquinho de cada uma dessas coisas que só foram citadas, e que merecem muito mais criatividade e vida (que só poderão ser dadas num texto mais elaborado, certo?).
É isso aí ...

5 de fevereiro de 2010

9 meses


Ontem minha Solzinha fez 9 meses.
Esse tempo entre a gravidez e seus primeiros dentinhos foram grandemente especiais. Não sei se por conta da minha experiência com a Gabi (hoje com 8 anos) ou do momento que vivo atualmente, mais madura e dona-do-meu-mundo e tendo um relacionamento mais livre e feliz, esse período tem sido de imensas descobertas. E descobertas de mim mesma. Como mãe, como mulher. Como eu já disse, tem sido muito especial.
Apesar de continuar aquela "louca desvairada", fazendo mais coisas do que meu tempo livre é capaz de comportar, tenho me dedicado muito mais às minhas filhas. Chego em casa e me dou ao luxo de sentar no chão da sala e ficar de bobeira com a Sol no colo e a Gabi contando suas peripécias do dia. Não há nada mais reconfortante.
Os livros que leio, agora demoram um pouco mais para serem "consumidos". A pós está sendo feita via internet (adoro!!). A louça espera um pouco mais na pia da cozinha. Meus hobbies continuam surgindo ... até costurando estou (ao ponto de pedir uma máquina de costura no Natal, rs) ... mas procuro não me tornar refém dessas atividades ... agora tudo que busco é prazer.
E não há prazer maior do que amamentar meu bebê e jogar conversa fora com a Gabi.
Tudo bem que o "maridão" perde um pouco de espaço nessa agenda que está prestes a ficar mais cheia (tô voltando aos ensaios do Coral e à Ioga). Mas não reclama. Afinal, continuo a mesma de sete anos atrás. Com uma diferença: meu Sol particular!

29 de janeiro de 2010

Só flanando...

"Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem ficar eternamente adiadas."                                 
João do Rio