28 de setembro de 2010

Vi um comentário sobre esse texto...

... no blog da amiga Carol Baggio. Adorei!

Os Filhos
Gibran Kahlil Gibran

"Vossos filhos não são vossos filhos,
são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor,
mas não vossos pensamentos.
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não podem fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás
e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos
são arremessados como flechas vivas.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda a sua força
para que suas flechas se projetem rápido e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria;
Pois assim como Ele ama a flecha que voa,
ama também o arco que permanece estável."

Minhas flechas: Sol e Gabi

27 de setembro de 2010

Cada povo tem o governante que merece!

Não é desesperador assistir ao Horário Político?
É tanta palhaçada que a gente não sabe se ri ou se chora...
Políticos de todos os níveis... de intelectuais a analfabetos... de carrancudos a palhaços (a caráter)... de artistas (O que é ARTE?) a jogadores de futebol... mulheres, homens, gays, trans... uau! Tem pra todos os gostos.
O que as pessoas não percebem, no entanto, é que o problema não está no candidato, e sim no eleitor. A maioria acha engraçado entregar seu voto pra um personagem caricato, achando que assim está protestando. Pode até ser um protesto, mas eita jeitinho burro de protestar, hein?
O voto é pessoal. Cada um de nós tem o direito de escolher. Se a maioria decidir que o Tiririca é quem vai ser nosso deputado, apesar dele mesmo nem saber o que é isso, ele é quem vai representar a TODOS (o que é uma balela, já que a maioria deles representa seus próprios interesses) e ponto final!
Quando vejo um candidatos desses sendo eleito e ouço as pessoas reclamando dos políticos, que só roubam e não fazem nada por ninguém, digo logo a quem queira ouvir: cada povo tem o governante que merece! E nem adianta ficar tiririca da vida, não. O negócio é respirar fundo e tentar sobreviver...
E lá se vão mais quatro anos...

CONTRIBUIções

A guerrilha estadista de Fidel

 (*) Léo Alves


Aos 84 anos de idade, e após dois anos de afastamento do poder efetivo no comando do governo marxista-leninista de Cuba – por causa de doenças gastrointestinais -, Fidel Castro, que chefiou a revolução comunista naquela ilha caribenha em 1959, volta à cena política. O pano de fundo é
uma longa entrevista, por ele agendada, concedida, no final de agosto, a um jornalista norte-americano, Jefrey Goldberg, da revista Atlantic Magazine. Por que a encenação?, eis a pergunta. Simploriamente deduziria-se que Fidel, ao criticar antissemitismo, ‘puxar a orelha’ de Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, e entusiasmar-se ao falar sobre sua paixão por golfinhos, “animais muito inteligentes”, reiteradamente acentuado, está gagá. Mas não está. Leitura geopolítica do texto de duas páginas do caderno Ilustríssima, do jornal Folha de S. Paulo, do dia 12 (domingo), representa hábil tática de guerrilha midiática anti-americana e anti-conservadorismo judaico.
Fidel Castro, que segundo disse “depois de tudo o que vi, sabendo o que hoje sei” – referindo-se à proposta que fizera, em 1962, para que a então União Soviética fizesse ataque nuclear contra os EUA caso este invadisse Cuba -, está, como estadista internacional, sua atuação preferencial agora, inserindo uma atadura diplomática nos ímpetos guerreiros dos judeus tradicionalistas e dos norte-americanos republicanos belicistas, para alavancar conversações apaziguadoras entre Barak Obama (EUA) e Benjamin Netanyahu (Israel) com Mahmoud Ahmadinejad (Irã), personagens de uma possível guerra nuclear. Como o próprio jornalista escreveu, “o recado (de Fidel) é simples: Israel só terá segurança se abrir mão de seu arsenal nuclear, e as demais potências nucleares do mundo também estarão seguras caso abram mão dessas armas”. Em mensagem ao Irã, Fidel rebuscou em sua “história de infância” a lembrança de que o catolicismo, na comemoração da Sexta-Feira Santa, dizia que “os judeus mataram Deus”. E acrescenta: “O governo iraniano serviria melhor à causa da paz caso reconhecesse a história única do antissemitismo e tentasse compreender por que os israelenses temem por sua existência”. Se a linha não esticar, a conversa rola, Obama se fortalece, Netanyahu não enrijece e Ahmadinejad conclui os estoques de urânio.
E, por final, a impressão que o jornalista contraiu de Fidel Castro: “O corpo dele pode estar frágil, mas a mente permanece aguda; seu nível de energia é alto e no pós-poder exibe certo senso de humor auto-irônico”. Quem assessorou o repórter foi uma renomada especialista em assuntos cubanos e latino-americanos, Julia Sweig, do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, que conhece o revolucionário há 20 anos e dele recebeu um beijo e acalorada boas-vindas. Será que Fidel Castro passou de ditador socialista para estadista ideológico?

 
(*) Léo Alves, 51, é jornalista aposentado por invalidez retinopática.

14 de setembro de 2010

Redemption Song

"Emancipate yourselves from mental slavery
None but ourselves can free our minds"

 
Adoro música. Sou do tipo de pessoa cuja vida é contada nas letras das músicas. Com direito à trilha sonora e tudo mais. Desde pequenininha ouvia os Long Plays dos meus irmãos. Achava o máximo colocar a agulhinha naquele bolachão preto e ouvir o som que saía dele... muito diferente dos MP3s e Apods atuais...
Conforme eu ia crescendo, absorvia tudo o que chegava nas minhas mãos e ouvidos. Com isso, desenvolvi a mania de ouvir de tudo... claro que, com o tempo, meu gosto foi se apurando, mas ainda hoje continua bastante eclético.


Dia desses, fuçando em alguns velhos arquivos, encontrei um artigo que escrevi sobre Bob Marley... engraçado, pois tinha acabado de voltar de viagem e no DVD do carro vim assistindo (no banco do passageiro!!) ao show feito em sua homenagem. Esse tributo é um dos álbuns que mais gosto e nunca me canso de assistir e ouvir as músicas que são, antes de tudo, hinos de liberdade e de louvor a Jah. Resolvi dividir o texto com vocês. Aí vai:



Rastaman live!
O uso de palavras de ordem e uma força espiritual incrível fizeram de um menino negro, criado em meio à miséria de Trench Town, na capital da Jamaica, um dos maiores mitos da história da música, capaz de transformar toda uma nação e chamar a atenção do mundo para as questões políticas, raciais e religiosas de seu povo. Sua principal arma? A música. O último dia 11 de maio foi marcado pelos 29 anos da morte de Robert Nesta Marley, o legendário Bob Marley. A passagem dessa data foi um motivo para que eu dedicasse minha coluna ao Rei do Reggae. Mas não foi o único. Todos os momentos de sua vida ensejam uma reflexão. Seu legado vai além do som cadenciado do Ska estilizado que ele ajudou a criar e das letras de suas músicas, tão profundas e atuais. Seu posicionamento político, sua fé inabalável nas palavras de Jah e sua vontade de mudar o status quo, em busca de liberdade, é o que mais atrai em toda a sua obra. Fora o preconceito ainda existente por causa de seus longos dreadlocks e o uso da maconha, que ele acreditava ser um canal de comunicação entre as pessoas e Jah, o legado de Marley é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores da música mundial. Ele transcendeu a imagem do “popstar”, do artista comercial ou puramente político. Seu espírito revolucionário, o qual muitas vezes fez temer os “poderosos”, era movido por sua fé e não pela ideia da tomada de poder. Seu estilo musical, único e inovador, nasceu da mistura de elementos do gospel, do blues, da música latina, do rock e tantos outros sons presentes no seu dia-dia. No entanto, mais do que a batida do reggae, foram suas ações e seu posicionamento crítico e consciente diante de seu papel no mundo que o elevaram à condição de mito. Hoje, vinte e nove anos depois de sua morte, suas músicas ainda ecoam na alma das pessoas. “Faz a cabeça” de jovens revolucionários e marcam a vida daqueles que buscam a transformação de si e do mundo. Não pela força, mas pela paz e união de todos os povos. Positive Vibration, Rastaman!

TUdOaoMEsmOTempOAGorA!

Sei que prometi me empenhar e não deixar esse blog muito tempo sem novidades... Todos nós sabemos, no entanto, que essa foi mais uma ‘promessa de campanha de ano-novo’, difícil de cumprir, principalmente se você é uma leonina maluca como eu que quer fazer ‘tudoaomesmotempoagora’, e que aparece em casa cheia de novidades que não duram uma semana, pois enjoa fácil fácil de tudo e procura outras novidades para substituir aquelas que já ficaram velhas... ‘o novo já nasceu velho’.

Mas cá estou eu, e como sempre trazendo novidades: além da minha volta à natação (já com certo tempo de atraso, pois era mais uma promessa de ano-novo!) estou às voltas com uma nova invenção: um centro de cultura para a velha Buriquioca.

Na verdade, é apenas um embrião. Após algumas conversas e troca de figurinhas com o mestre Geraldo, ele me apresentou ao ‘Instituto Gramsci de Estudos de Cultura e Educação (IGECE)’, cuja pretensão é ser um espaço democrático para discussões de vários temas, entre pessoas interessadas em enriquecer a alma (já que o bolso ta cada vez mais difícil). Nossa proposta é criar um espaço com biblioteca e computadores para pesquisas e, mensalmente, promover palestras, cursos, encontros literários entre outras atividades.

Se você ficou interessado, fique ligado. Nos próximos dias vamos falar um pouco mais sobre o IGECE, divulgando, inclusive, o dia de sua fundação e como participar... quem sabe assim podemos reunir um grupo interessante e criar um espaço para encontrar amigos e discutir temas relevantes para nossa vida em sociedade... é esperar pra ver!


Por que Gramsci?
 
- Porque Gramsci (Antonio Gramsci, pensador italiano), ideólogo dos partidos comunista e socialista italiano (PSI e PCI), escreveu toda a sua obra tendo como fio condutor as questões da cultura e da educação, e foi quem primeiro falou em construtivismo, ao pensar num modelo pedagógico do qual tentou fazer um programa para os grupos políticos dos quais participou, e que lhe criaram sérios transtornos, inclusive a prisão de 12 anos, durante o regime fascista de Mussolini, e que provou sua morte, ao deixar o cárcere.
Gramsci escreveu toda sua obra durante o período em que ficou preso. Leu muito, fez uma reflexão da sua leitura, e do seu pensar solitário surgiram obras como: “Cartas do Cárcere” e “Os Intelectuais e a Formação da Cultura”.