19 de agosto de 2010

Era mais um dia comum...

Fixei os olhos no fundo da sala e lá estava ela, sorrindo... Pensei: quanto vale isso? Ela abriu os bracinhos e veio correndo na minha direção... melhor abraço do mundo! Imagine essa cena se repetindo tantas e tantas vezes que você já nem se dá mais conta do quanto esse gesto é valioso... Você já não sente o calor do corpo... O coração já não palpita tanto e nem o cabelo que bate no rosto tem o mesmo perfume... Com o tempo, o especial se torna comum e o comum uma rotina, algo sem importância, mesmo sendo extremamente fundamental. Essa reflexão é só para nos fazer lembrar das pequenas coisas. Dos momentos que de tão repetidos perdem-se no poço escuro da mesmice... e que, entretanto, merecem lugar de destaque em nossas vidas. As pessoas a nossa volta. Os amigos. Nossa família. Um lugar especial que não cansamos de ver, mas que, com o tempo, deixamos de enxergar. O cheiro da infância. O adeus diário. O bom-dia de sempre... Tudo com seu devido valor.
Quando ela chegou perto e me abraçou, inspirei fundo seu perfume infantil, suave. Deixei-me abraçar. Ganhei um beijo molhado na bochecha e senti o calor do seu corpinho agarrado ao meu. Sorri e pensei comigo: melhor abraço do mundo!

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