3 de outubro de 2011

Diário de uma grávida hipertensa III

"Não me entrego sem lutar / Tenho, ainda, coração / Não aprendi a me render / Que caia o inimigo então"


A noite passou com certa dificuldade. Acordei na segunda com fome e tomei meu café da manhã antes de ir fazer a ultrassom. Quando voltei, a enfermeira já me aguardava com aquele aventalzinho nas mãos... tinha chegado a hora. Difícil explicar o que senti. Não era medo, mas uma certa tensão. Tentei me concentrar. Controlar a respiração e manter a mente tranquila, como tantas vezes havia feito nas aulas de ioga. Porque será que parecia ser tão fácil?
No caminho até o centro cirúrgico, minha mente ia se preparando para o que viria logo a seguir. Me lembro bem de todos da equipe médica se apresentando e conversando entre eles sobre futilidades do dia-dia. O anestesista demorou para conseguir aplicar a raqui. Eu não estava conseguindo relaxar. Depois de umas tantas tentativas, resolvi deitar no ombro da enfermeira e tentar me concentrar na minha respiração. Deu certo. Depois disso, as pernas adormeceram e comecei a ficar com sono. Não sei dizer quanto tempo se passou, mas pareceu não demorar muito até ouvir o chorinho da Luna. Pela prematuridade, até que o choro era forte. Ouvi alguém dizer quer era 12h20. Todos me olharam felizes, vieram me cumprimentar... que alívio... a partir daí relaxei. O sinal vermelho só voltou a piscar quando o médico sentou do meu lado e começou a falar sobre algum problema que teria acontecido durante o parto, mas que ele havia conseguido resolver fazendo um tipo de ‘suspensório’ para segurar o útero... De novo, informação demais...
Voltei para o quarto, sem entender bem o que estava acontecendo. Eu tava morrendo de fome, era mais de 3 horas da tarde. Tomei o café da tarde com gosto e jantei ainda faminta, às 17h30. Aquela foi a melhor comida sem sal que já comi na vida. A noite, já estava bem disposta para ir ver a Luna. Minha pequena guerreira. Nasceu com 970g... e toneladas de vontade de viver...
Eu ainda não sabia nada sobre acretismo e o risco que havia corrido durante o parto... era um novo capítulo dessa história...

3 comentários:

Kélcia Seidel disse...

A história é real, é linda, é comovente e vai ter um final feliz!Será uma família cheia de menininhas brincando de construir castelinhos de areia na praia!!Alguém precisará fazer esse desenho pra gente bordar...
Beijos

Soninha disse...

Desnecessário te dizer prá ter força, ser otimista, etc, etc. Afinal, a gente se conhece muito bem, né? Mas quero que você se lembre dos presentes mais valiosos que você já recebeu algum dia... Provavelmente, você vai perceber que todos eles cabiam na palma da sua mão....rs. Provavelmente, num pacote bem pequeninho, cuidadosamente embalado por alguém que te ama imensamente!

katia disse...

Te enviando muito boas vibrações...que Deus abençoe você e sua linda família.