6 de outubro de 2011

Acretismo

...mais uma palavrinha feia que eu descobri nos últimos dias. Feia e perigosa. Ah, e bastante difícil de acontecer: 1 entre 2.500 mulheres tem placenta acreta. Agora pergunta se na Mega Sena eu acerto? Nem bingo eu ganho. Pois é, mais o tal do acretismo resolveu aparecer na minha vida e foi descoberto durante o parto da Luna, já bem complicadinho por si só.
Bom, segundo a wikipédia, acretismo ou placenta acreta é a "denominação que se dá à placenta que se adere anormalmente à parede uterina. É uma complicação obstétrica grave. A placenta geralmente se despreende da parede uterina de forma relativamente fácil, mas mulheres que possuem acretismo placentário durante o parto possuem um risco maior de hemorragia durante sua remoção. Isso geralmente requer cirurgia para conter o sangramento e remover completamente a placenta. Em formas graves pode frequentemente levar a uma histerectomia ou ser fatal". Assustador, né?
No meu caso, graças aos Céus, a penetração da placenta atingiu apenas uma pequena superfície do útero. E a equipe que me assistia no momento do parto contava com profissionais muito bons. Saldo disso tudo: uma barriga cheia de hematomas e a certeza de quanto minha vida é valiosa!
Uma vez me disseram que se a gente não conseguisse aprender nada com essas 'coisas' que acontecem na nossa vida, então nossa existência não teria valido a pena. Posso dizer com certeza: eu não sou mais a mesma pessoa de um mês atrás. Nunca as pequenas coisas tiveram tanta importância para mim. Coisas simples como tomar Sol, dormir ou acordar ao lado das minhas pequenas, ficar juntinho do meu marido, um leve abrir de olhos da Luna, cada respiro do Mundo tem um valor diferente agora. "O Coração, se pudesse pensar, pararia"

"... considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também" - Fernando Pessoa.


2 comentários:

Renata Fantasia disse...

Você mora no meu coração e torço para que a Luna rapidamente se recupere e a familia possa comemorar as vitorias junta.

Anônimo disse...

Oi Ro!

Encontrei sei blog "fuçando" na internet..rs. Soube ontem pela Rose Araujo que voce ta passando por um momento complicado. Torco pra que vc supere tudo com muita fe e com a protecao de Deus que com certeza ja esta sempre do seu lado. Estamos ha mto tempo sem contato, mas voce é uma pessoa muito especial. A distancia não apaga os sentimentos! Pode contar com a torcida e com o que mais precisar.

Grande beijo e vc e sua família

Sheila T. Junqueira
shejunqueira@yahoo.com.br