21/09/2011 - O Começo de tudo
Era para ser uma consulta normal e rápida de pré-natal. Saímos (Ro e eu) de Bertioga levando a Sol à tiracolo. A babá havia pedido demissão um dia antes e, para não sobrecarregar minha mãe, decidi levar a pequena com a gente para Santos. Mal sabia eu que o dia renderia e eu só voltaria para casa uma semana depois.
Cheguei cedo ao consultório e logo fui atendida. Quando passei pela porta da sala da médica percebi nela um semblante de preocupação. Eu estava inchada e com olheiras. Sinais nada bons para uma grávida. Depois dos exames de praxe, incluindo uma aferição de pressão (alta, por sinal), ela foi direto ao ponto: “você não volta mais para Bertioga até o final da gravidez”. E enquanto ela ia falando sobre o resultado dos meus exames (o de proteinúria tinha dado positivo e a ultrassom apontava um ‘aumento da resistência da artéria uterina direita com incisura protodiastólica’) e explicando os riscos que eu corria com a pressão daquele jeito, eu ia imaginando tudo o que deixei pra trás sem solução: a Gabi sem explicações, trabalhos inacabados, escolinha para a Sol, minha mãe preocupada, enxoval sem comprar, quarto sem arrumar... voltei para a realidade quando ela me disse que, caso acontecesse algum problema com meu plano de saúde, ela me internaria no Guilherme Álvaro, um hospital público que é referência em gestações de risco. Foi, então, que surgiu essa palavrinha: RISCO. E eu me dei conta de que não era um simples problema de pressão alta. O negócio era sério. Ela pediu pra chamar o Rodrigo e conversou com ele. Explicou tudo e deixou bem claro que eu não voltaria para Bertioga com aquele quadro, pois não haveria chance de vida para o bebê e eu correria grandes riscos.
Confesso que não foi fácil assimilar tudo isso de uma vez. Achava que a culpa era minha, mas sabia que estava fazendo todo o possível para me cuidar e cuidar do bebê. A dieta hipossódica, grandes períodos de descanso e os remédios nos horários certos, inclusive os da madrugada... tudo estava sendo feito, mas nada da bendita abaixar.
Bom, como não havia outro remédio, resolvi aceitar ‘a parte que me cabe deste latifúndio’ e partir para a luta. Corremos para o hospital Ana Costa e, depois de alguns exames, fiquei internada novamente. A Solzinha se comportou super bem, esperou eu terminar tudo e ir para o quarto com a maior das paciências possíveis a uma criança sapeca de 2 anos.
Meu marido foi fantástico, por isso merece uma postagem especial só sobre ele...rsrs. Verdade: não é fácil segurar a barra e ainda resolver todos os problemas de casa que eu havia deixado pra trás. Assim, resumindo este dia de fortes emoções na minha vida, fiquei internada com a pressão alta e a certeza de que não demoraria muito para conhecer o rostinho da minha filhinha, para quem nem o nome havia sido escolhido ainda... afe!
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